quarta-feira, 19 de novembro de 2008

CORTIÇADAS DO LAVRE - 15\11\2008

CORTIÇADAS DO LAVRE - MONTEMOR-O-NOVO
15\11\2008
Inscrição: 16 euros
Km anunciados: 70 km (rectificado posteriormente para 65 km)
Localização: Cortiçadas do Lavre - Montemor-o-Novo (70 km)



(devido a erro técnico ao qual sou obviamente alheio, não foi possivel disponibilizar aqui a altimetria)

Aí estava uma prova caseirinha, ou seja, perto de casa.
Logo à partida não era necessário ir de véspera (até porque o evento desenrolou-se sábado e ir na sexta-feira após um dia de trabalho é igual a chegar tarde), e inclusive permitia dormir um pouco mais pois a distância até ao Lavre percorre-se em uma hora. Dormir um pouco mais foi o que não aconteceu. Na noite anterior realizou-se em Lisboa a 2ª jornada do campeonato de futsal da Instituição onde labuto e como resultado final deitei-me eram 02:00 horas, mas enfim..

Eram portanto 06:30 horas quando o despertador tocou (dormi pouco mais que 4 horas???) e pouco depois recebi uma mensagem do sr. Pirinéu a confirmar a sua ausência. Uma constipação atirou com ele para a cama. Lá ia mais uma vez sozinho sem problemas!!
O dia foi "acordando" bonito com o sol a raiar bem redondo, mas a fazer um frio de rachar.
(na viagem o meu carro marcava -1 grau. Na realidade deveriam estar 4 graus pois no Inverno dou o aumento de 5 e no Verão desconto outros tantos ao termometro e assim fica mais próximo da realidade, comprovado um dia com um qualquer Anthimio de Azevedo de um programa vespertino da rádio)
Cheguei a Cortiçadas do Lavre (atenção que não é Lavre. Vira-se antes à esquerda) e dirigi-me ao secretariado que ficava no campo de futebol do clube local, o Cortiçadense (previsivel, certo?)
Se na prova anterior (vêr Trilhos da Raia) ouve lugar a dormir num campo de futsal, desta vez foi o automóvel a ter honras de permanecer em pleno campo de futebol. Decidi estacionar junto da grande área. Inédito mas curioso!

A partida atrasou 23 minutos. Um pouco demais mas estes não são dias de stress e por isso foi irrelevante. Houve um ou outro bttista que já "bufavam" e "esbramiam" criticas menos favoráveis. É preciso é calma.


Ao fundo, no largo da aldeia, estava tudo a postos para o arranque

Os primeiros metros foram rápidos, como é habitual, e os apressados arrancaram a toda a força. Deixei-me ir mais ao sabor da maré do meio do plotão. Afinal eram 65 km...

A primeira parte da prova foi rolante. Isto quer dizer que houve poucas subidas e as que apareceram não eram muito extensas. Em consequência também não houve descidas imponentes e respectivos momentos mais adrenalizantes que tanto gosto, exceptuando uma incrível corrida entre mim e meia dúzia de porcos (os animais sim, não estou a ofender ninguém) que vagueavam nesta parte do trajecto. Os porcos acabaram por desistir.
Ainda assim, e apesar de alguma areia (um "habitué" nos trilhos alentejanos), o circuito era agradável caracterizado por bonitas paisagens carregadas de chaparros, sobreiros, pinheiros e outras árvores típicas da província.


Concluidos 35 km estava de regresso à aldeia passando pela meta onde iniciara a prova mas agora em sentido contrário. Aqui terminou a meia-maratona.

Daqui em diante estavam prometidos pela organização trilhos ainda mais bonitos e paisagens fascinantes, trilhos esses bastante mais desanuviados de bttistas.
Pouco depois rolava completamente sozinho e fi-lo durante vários km´s até que numa subida avistei ao fundo um "desmontado" que alongava com a bicicleta no chão.
"Assomei-me" (palavra típicamente alentejana só para dar mais ambiente) dele e perguntei se estava bem. Queixou-se das câimbras que o atacavam, dos amigos que pedalavam demasiado forte para si, da solidão que lhe tornava a prova mais díficil. Interrogou-me então se podia seguir na minha roda. Acenei com a cabeça em sinal de concordância e seguimos os dois.


Nos km´s seguintes fomos alcançando mais um ou outro bttista, sempre a queixarem-se do mesmo, da solidão.
À chegada ao último posto de abastecimento já "trazia" na minha roda um pequeno grupo de 5.
Aqui restabeleci algumas forças e arranquei com ânimo apesar de sentir já algum desgaste. Não sendo nenhumas "paredes", as subidas mais imponentes estavam guardadas para esta fase final e conjuntamente com a areia dos trilhos e o sono mal dormido e curto da noite anterior, estava a ir abaixo demasiado cedo.



o inicio de uma subida sem grande inclinação mas com muita areia mais à frente.


Pouco depois os meus "penduras" ficaram para trás e aos 55 km´s já pensava para comigo que nunca mais andaria de bicicleta na vida. Cada km parecia interminável.
Foi a vez do mp3 (esse fiél e incansável amigo) puxar por mim.
As vistas ao meu redor também eram efectivamente como anunciado e lá consegui arrastar-me até ao largo onde estava a meta, fazendo o sprint final já em alcatrão com a população nas ruas a aplaudir e a incentivar, o que faz as minhas delicias e me dá energia suplementar para o derradeiro esforço final.


Depois do banho no balneário do campo de futebol do Cortiçadense (balneário esse impróprio para malta pouco segura da sua masculinidade pois era de tamanho reduzido), aguardava-me um divinal cozido à portuguesa.
Primeiro ainda tive que sofrer na fila até chegar à minha vez, o que é lamentável. Em provas com bastante mais participantes nunca tal me tinha acontecido. Mas o divinal cozido mereceu e justificou a espera. Que cozido divinal. Já referi o quão divinal estava o cozido? Meu Deus que maravilha.

Conclusão final: uma prova rolante mas com 65 km suficientes para fazerem estrago. Um circuito interessante e inovador com a passagem pela meta a meio da prova.

-o melhor: não desfazendo tudo o demais (boa organização da prova, bem sinalizada, postos de abastecimento bem fornecidos, banhos ok, secretariado ok, trilhos muito agradáveis), o cozido divinal (!!) fascinou-me. E se os meus comparsas me tivessem acompanhado tinha ficado por lá até final do dia. A geropiga, as castanhas assadas e a tasca da terra repleta de “mines” prometia um bom serão.

- o pior: no final, após cortar a meta, estavam apenas umas garrafas de água, umas maçãs e uma caixa repleta de migalhas que anteriormente esteve recheada de bolos secos e provavelmente sandes. Bem sei que não fui dos primeiros mas também não fui dos últimos e nestas coisas convém fornecer reforços alimentares até ao último homem.
Contentei-me com uma maçã que mais tarde veio a morrer de solidão enquanto esperava pelo cozido na fila do almoço. Dois pontos negativos a rectificar.


Frase que marca a prova: “Chovem bolotas na areia”. Apesar de ter o mp3 enfiado nas orelhas, a páginas tantas começo a ouvir um ruído idêntico ao da chuva nas folhas caídas que forram o chão. Chuva não era porque esteve um lindo céu azul o dia inteiro. Eram as bolotas que caiam com uma intensidade nunca por mim antes vista. E eu até tenho muitos anos de Alentejo. “Chovem bolotas na areia” até podia ser a próxima novela de uma estação de TV qualquer…
por nanex.

1 comentário:

ruiruim disse...

Deves ter estado no onze esperto antes de vires escrever isto não? Eh pois amigo... antes de mais estive de GRIPE não foda-se. Com uma constipação até ganhava ao Marco Chagas! Que puta de gripe... Fico fodido por n ter ido ao primeiro evento do ricos em ovos... Enfim é marcar o próximo! Ps: os textos estão melhores

TEMOS MAIS OVOS QUE O ARMSTRONG