IDANHA-A-NOVA (CASTELO BRANCO) 2008
19\10\2008
Inscrição: 15 euros
Km anunciados: 45 km
Localização: Idanha-a-Nova - Castelo Branco (295 km)
Eis a 3ª prova do ano. Havia que rumar até Idanha-a-Nova (terra do amigo Daniel) mas desta vez com a companhia do herói dos Pirinéus (vide
http://aventurasasolo.blogspot.com/).
A prova decorria num domingo pelo que decidimos arrancar de véspera com estadia prometida em casa de um amigo que depois acabou por não estar disponível.
No entanto, a organização, excelente a todos os níveis por sinal, disponibilizou o Pavilhão da Escola para dormidas. Confesso que nunca me tinha passado pela cabeça que algum dia teria de escolher entre dormir no círculo do meio campo, na área ou mesmo dentro da baliza.
Nessa noite, depois de jantarmos no café da terra e ver a bola simultaneamente, depois de ver Marco Chagas (esse ícone do ciclismo de outros tempos, agora excelente comentador da mesma modalidade na RTP), e de ver uma demonstração de free-style, ainda tivemos tempo para fazer amizades já à porta do “hotel”, vulgo Pavilhão Gimnodesportivo. O bem-dispostíssimo grupo do BTTopo com quem trocámos e partilhámos aventuras e com quem nos estreámos a beber uma cerveja home-maid engarrafada e tudo. Incrível.
A partida foi quase a horas. Um pequeníssimo atraso que nem é digno desse nome. Fazia um frio de rachar pelo que os primeiros km´s foram sempre a sofrer por esse mesmo motivo. Depois passou com a ajuda de um Sol sempre presente.
Muito perto do momento da partida no recinto da Feira Raina. Estavamos colocados um pouco mais à esquerda…
O arranque foi muito rápido proporcionado por uma descida leve que nos conduziu por entre Idanha-a-Nova fora até às imediações campestres.
A prova é toda ela de uma componente técnica baixa sem trilhos ou single tracks relevantes. Ainda assim apresentou-se bastante agradável pluralisticamente alternando entre percursos pitorescos de cariz rural muito próprio da região (por caminhos e muros de pedra castanha, alguns deles dos tempos dos romanos certamente) e percursos mais amplos circundando o leito das águas da barragem e com uma passagem pela própria barragem.
Com o sol que se mostrou sempre prestável, eis um momento de encanto a fazer sentir que as bicicletas se transformaram em cavalos e os tempos haviam regressado à época medieval.
Também não houve subidas com grande exigência física, à excepção de uma ou outra mas de curta duração.

Percorri os 50 km´s (45 anunciados) numa toada leve e tranquila e por esse motivo e pelas características já referidas do traçado, senti que no fim poderia ter dado mais.
Aquelas vacas lá ao fundo… passámos bem perto delas. Em algumas ocasiões até deu para sentir o bafo quente.
Os pontos de abastecimento não eram fartos em variedade mas eram-no em quantidade e os elementos da organização apresentaram-se sempre disponíveis e simpáticos. De realçar uns bolinhos secos que comi logo no primeiro que eram divinais, e um outro que estava situado em Idanha-a-Velha, por sinal um belíssimo local de passagem!
No último chek-point informaram-me que o Vitor Gamito, outro grande nome do ciclismo de Portugal, tinha acabado de passar. Pensei: “mas afinal isto é só gente conhecida? É alguma prova de velhas glórias? “
A chegada levou-nos de regresso a Idanha-a-Nova mas de forma inversa, ou seja, se a partida foi a descer, agora havia que subir.
Sempre por alcatrão e por me sentir ainda com forças resolvi acompanhar a pedalada do Vitor, que vinha avistando no meu horizonte desde à minutos a esta parte e foi sempre a dar o máximo até final.
A meta ficava no mesmo sitio onde se realizara a partida mas com um pequeníssimo circuito feito com fitas e que contava com alguns obstáculos. Eu cai numa pedra e o Rui bateu numa árvore. Como diria um jogo de Spectrum 48k “driver unhurt”.
O almoço ia ser exactamente neste recinto, o da meta, e os banhos seriam no nosso conhecidíssimo “hotel”: o Pavilhão Gimnodesportivo.
Aqui estavam os bichos já devidamente “espetados” e à nossa espera.
O almoço: porco no espeto com acompanhamento de arroz com feijão, batata frita, salada e bebida à descrição, que incluía vinho, sumos e imperial estupendamente viva! Um pitéu que mereceu honras de repetição.
Conclusão final: 50 km´s que se fazem sem grande dificuldade e em que as paisagens absorvem
a falta de trilhos e momentos de adrenalina. O percurso foi muito bem delineado
e estava todo ele muito bem sinalizado.
- o melhor: é difícil dizer… mas acho que devo realçar a excelente organização
por ter disponibilizado local de dormidas, pelo percurso escolhido, pela simpatia.
- o pior: nada a salientar excepto talvez a inclusão de um ou outro single track
que toda a gente gosta.
Frase que a marca: “Enquanto piso uma bosta não furo um pneu”. Reflecte a cautela necessária
aquando da passagem pelas zonas onde pastavam as vacas por forma a
evitar as enormes fezes destes bovinos.
nanex.